quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A Cultura Digital Thrash


A Zueira é anterior a Internet, há séculos brincadeiras, trollagens são feitas uns com os outros, mas é inegável que a internet reconfigurou o "mundo da Zueira". Mas não só a internet, o excesso cada vez maior a uma enorme gama de produtos culturais (filmes, novelas, séries, revistas, livros, vídeos) e a facilidade de acesso trazida com a rede mundial de computadores, ajudaram na construção de uma sociedade cada vez mais midiatizada, inclusive na nossa construção identitária.

Os meios passam a ser agentes ativos e interferem não só na construção identitária do indivíduo, mas também nas composições sociais. Com a internet e sua difusão, constrói-se uma nova relação entre Emissor e Receptor (Meios de Comunicação x Indivíduo), não existe mais uma relação passiva, o emissor influencia nas composições identitárias do Receptor, que por sua vez influencia nos tipos de conteúdos que serão oferecidos para fruição. Além disso a vivência via web, possibilitou a cultura da convergência - tudo ao toque do seu celular - e da participação. 


O garoto que assiste ao jogo de futebol na TV, envia mensagem pelo celular para o canal em que está assistindo, pelas diversas plataformas oferecidas para tal, e ainda comenta sobre lances do jogo, a narração e tudo que acerca o programa televisivo também nas diversas plataformas na web, ainda interagindo com outras pessoas e com outros temas, um lance de um jogo, pode servir como um insight para lembra de um personagem de uma série famosa, ou até mesmo um lance de um jogo, que será relembrado no grupo do whatsapp do baba.

Há portanto, dentro dessa cultura participativa e de convergência um excedente cognitivo, advindo do acesso a tantos conteúdos, redes sociais e etc. Excedente este que será empregado dentre outras coisas é claro que na: ZUEIRA.


Referências a filmes, livros, séries, revistas são facilmente interligados e nessa bricolagem reutilizados em memes que irá os relacionar a fatos do cotidiano, notícias em evidência tanto nos veículos mais tradicionais de comunicação, quanto em um blog relativamente desconhecido, mas que passou a ter notoriedade por falar em determinado assunto que ganhou notoriedade.


Umas das características principais dos memes é a justamente do humor debochado e da intertextualidade e pertencimento. Para SANTOS (2013) memes são a expressão das identidades pós-modernas:


  • Pertencimento sem exigir Compromisso
  • Flexibilidade
  • Ânsia por novidade





A Zueira pertence a Cultura Digital Thrash, calcados no humor nonsense e debochado, e na criação de memes, trollagens e etc de forma tosca. Segundo Lemos (2007)  o cyberpunk e a cultura do "Faça Você Mesmo" são a base norteadora da cultura digital thrash.
A cultura digital thrash trata mesmo dessa apropriação cultural e tem como principais características:

- Profusão de Informação diversificada
- Produção Livre
- Conversação Mundial

Lixo ou Luxo?
Para Lemos (2007): O digital trash é a reciclagem planetária da cultura na contemporaneidade.
"Todo lixo é refugo de uma produção, aquilo que não serve mais, o resto, seja da produção material, orgânica ou dos bens simbólicos. Na atual cultura digital, o aumento da produção livre e planetária de conteúdo (textos, fotos, vídeos, games, softwares, comunidades virtuais), proporcionada pela liberação do pólo da emissão (uma das características centrais da cibercultura), não é reconhecida por muitos como vitalismo social, mas como um fenômeno menor. No entanto, esse lixo será constitutivo da sociedade da informação e deve ser mesmo pensado como luxo. "
Portanto, a zueira está inserida justamente dentro desse "lixo" cultural, de apropriação, ressignifcação e identidades fragmentadas.

E a pergunta que surge a cada post: Para onde nos levará a Zueira? E claro a principal indagação: A Zueira tem ou não limites?

Discorram sobre, sem temor..







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