No post anterior falamos sobre o #MUSEUdeMEMES produzido pela UFF e reúne além de diversos artigos sobre o tema, uma coleção de memes difundidos na web. Abaixo postaremos trechos da definição de memes que se encontra na página do Museu.
"O conceito de meme e o incipiente campo da memética se originam, nas mais diferentes cronologias, a partir de uma discussão controversa da sociobiologia na década de 1970. O termo é empregado pela primeira vez de forma absolutamente despretenciosa e praticamente de relance, como um desvio colateral do argumento a que se propunha o renomado etólogo Richard Dawkins. Em seu livro The Selfish Gene, Dawkins propunha um termo para dar conta dos processos de replicação e evolução cultural que lhe chamaram a atenção quando ele iniciou sua defesa à tese do determinismo genético. Para o pesquisador, assim como os genes eram os principais responsáveis por replicarem o conteúdo geracional na evolução biológica dos organismos vivos, talvez houvesse, ele reconheceu, uma outra unidade de replicação, diferente dos genes, responsável pela seleção e transmissão de conteúdos inscritos em nossa cultura. Dawkins concebe então uma espécie de evolucionismo cultural, que ocorreria em paralelo e em complemento à evolução natural, através de um segundo replicador, diferente dos genes. Não tendo encontrado outro nome mais adequado para batizá-lo, o biólogo adaptou a raiz grega “mimeme” (μίμημα) e criou o termo “meme”, que, é claro, rapidamente viralizou."Desde a década de 80, autores se encarregam de atualizar o conceito criado por Dawkins:
"[...] Eles desenvolveram e adaptaram a ideia, em anos ainda anteriores à apropriação generalizada da internet, e construíram as bases para o que viria a ser reconhecido anos mais tarde como um campo de estudos, a memética. Pegando emprestada, de modo quase jocoso, a desinência do campo da “genética”, a memética é pouco reconhecida como ramo da pesquisa científica e certamente muito disputada. Sua constituição já é, em si, uma afirmação de seus correligionários sobre a herança determinista. Com a perspectiva do “memetic drive“, por exemplo, Blackmore reforçava sua visão de que os memes não apenas complementavam o trabalho dos genes mas, em muitos sentidos, o originavam. Assim, se pensarmos em memes como o “celibato” ou a “castidade”, perceberíamos como as ideias podem exercer efeitos sobre o ambiente natural. Mas espere aí… Celibato? Castidade? Essas coisas são memes? Na definição original de Dawkins, memes são ideias que se propagam pela sociedade (nossas redes sociais) e sustentam determinados ritos ou padrões culturais. Tomando isto como base, o “celibato”, a “castidade”, o “racismo” (memes não são sempre bons!), o folclore, a moda, a gastronomia e praticamente tudo o que conhecemos no nosso ambiente cultural são memes. "Na década de 90 e 2000 que os memes foram difundidos via web:
"Somente a partir de fins da década de 1990 e início da década de 2000 é que os memes como hoje os conhecemos se difundiram na web, especialmente se manifestando como expressões de comunicação que ganhavam as redes sociais online através de uma forma de propagação viral. Isso porque, para Dawkins, os memes atendiam aos princípios gerais da teoria darwiniana. Como os genes, eles disputavam entre si pela própria sobrevivência. A sobrevivência do melhor adaptado. Afinal, os memes dispõem de três características que nos ajudam a reconhecê-los, diria o biólogo: sua longevidade, sua fecundidade e sua fidelidade. Isto é, para que vençam a disputa que os move, eles precisam garantir que sua transmissão ao longo das gerações está assegurada (fecundidade), que cada uma de suas unidades tenha vida longa (longevidade), e que suas cópias sejam as mais perfeitas possíveis (fidelidade), de modo a evitar corruptelas no transcorrer do tempo. "
"Os memes passaram a representar, de modo muito mais objetivo, elementos da cultura popular nos ambientes virtuais. Hoje, memes são um fenômeno típico da internet, e podem se apresentar como imagens legendadas, vídeos virais ou expressões difundidas pelas mídias sociais. Próprios do universo das comunidades virtuais, eles são geralmente compreendidos como conteúdos efêmeros, vulgarmente encarados como “besteirol” passageiro ou “cultura inútil”, fruto de sua utilização da linguagem do humor. E se tornaram alvo de inúmeras campanhas de marketing, cujos analistas rapidamente os identificaram como fundamentais no desenho de estratégias de potencialização do afeto por determinadas marcas. O mercado de bens e serviços passou a explorar memes de forma semelhante à que a indústria cultural já vinha fazendo, desde antes de memes serem conhecidos como memes. "
Portanto os memes, se apresentam como um dos principais códigos utilizados pela Zoeira, tendo como "matéria-prima" qualquer fato cultural, notícia ou tema difundido pela própria web, para cada assunto "do dia" um meme é criado.
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