Depois de se tornarem parte da vida cotidiana,
os memes estão se tornando também objeto de estudos acadêmicos na área de
comunicação. E um projeto do departamento de Estudos Culturais e Mídia da
Universidade Federal Fluminense quer aproximar os internautas curiosos de
pesquisas aprofundadas sobre o universo dos virais. Em junho deste ano o
#MUSEUdeMEMES uma plataforma feita por professores e alunos da universidade que
traz referências sobre pesquisas científicas na área, estreou na web
O site conta, por exemplo, que, apesar de o
termo “meme” ter atingido um boom do ano de 2001 para cá, ele foi empregado
pela primeira vez pelo renomado etólogo — profissional que estuda o
comportamento animal — Richard Dawkins, em seu livro “O gene egoísta”,
publicado em 1976. Dawkins cunhou o termo, uma adaptação da raiz grega
“mimeme”, para definir os processos de replicação e evolução cultural que lhe
chamaram a atenção quando ele iniciou sua defesa da tese do determinismo
genético. Para o pesquisador, assim como os genes são os principais
responsáveis por replicar o conteúdo geracional na evolução biológica dos
organismos vivos, há uma outra ferramenta responsável pela transmissão da
cultura, que batizou de “meme”. Na definição original de Dawkins, memes são
ideias que se propagam pela sociedade — ou, atualmente, também pelas redes
sociais — e sustentam determinados ritos ou padrões culturais.
Para Dawkins, os memes atendem aos princípios
da teoria darwiniana. Como os genes, eles disputam entre si pela própria
sobrevivência através da adaptação. O estudo sobre estes fenômenos culturais,
aliás, tem uma inclinação pelas metáforas biológicas. Ou você nunca se deu
conta de que “viralizar” é um processo epidêmico?
O #MUSEUdeMEMES traz um catálogo de memes,
apelidado de “memepédia”; um blog com reflexões sobre o processo de pesquisa de
memes; e uma base de dados sobre pesquisas acadêmicas relacionadas a esse
universo. Já são mais de 200 referências catalogadas, divididas em categorias,
para auxiliar quem quer começar a entender esse universo.
Há ainda os #memeclubes, encontros abertos ao
público que são uma mistura de cineclube e seminário acadêmico e que acontecem
duas vezes por semestre. Em cada evento, alunos apresentam uma reflexão
específica. Os últimos temas destacados foram as webcelebridades — anônimos que
viraram memes —, eleições e personagens históricos. Nos próximos encontros
serão discutidos memes LGBT e racistas.
FONTE: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/projeto-da-uff-museu-de-memes-cataloga-estudos-academicos-sobre-virais-da-web-16471054#ixzz3sVb2OFr6
Nenhum comentário:
Postar um comentário