quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A Cultura Digital Thrash


A Zueira é anterior a Internet, há séculos brincadeiras, trollagens são feitas uns com os outros, mas é inegável que a internet reconfigurou o "mundo da Zueira". Mas não só a internet, o excesso cada vez maior a uma enorme gama de produtos culturais (filmes, novelas, séries, revistas, livros, vídeos) e a facilidade de acesso trazida com a rede mundial de computadores, ajudaram na construção de uma sociedade cada vez mais midiatizada, inclusive na nossa construção identitária.

Os meios passam a ser agentes ativos e interferem não só na construção identitária do indivíduo, mas também nas composições sociais. Com a internet e sua difusão, constrói-se uma nova relação entre Emissor e Receptor (Meios de Comunicação x Indivíduo), não existe mais uma relação passiva, o emissor influencia nas composições identitárias do Receptor, que por sua vez influencia nos tipos de conteúdos que serão oferecidos para fruição. Além disso a vivência via web, possibilitou a cultura da convergência - tudo ao toque do seu celular - e da participação. 


O garoto que assiste ao jogo de futebol na TV, envia mensagem pelo celular para o canal em que está assistindo, pelas diversas plataformas oferecidas para tal, e ainda comenta sobre lances do jogo, a narração e tudo que acerca o programa televisivo também nas diversas plataformas na web, ainda interagindo com outras pessoas e com outros temas, um lance de um jogo, pode servir como um insight para lembra de um personagem de uma série famosa, ou até mesmo um lance de um jogo, que será relembrado no grupo do whatsapp do baba.

Há portanto, dentro dessa cultura participativa e de convergência um excedente cognitivo, advindo do acesso a tantos conteúdos, redes sociais e etc. Excedente este que será empregado dentre outras coisas é claro que na: ZUEIRA.


Referências a filmes, livros, séries, revistas são facilmente interligados e nessa bricolagem reutilizados em memes que irá os relacionar a fatos do cotidiano, notícias em evidência tanto nos veículos mais tradicionais de comunicação, quanto em um blog relativamente desconhecido, mas que passou a ter notoriedade por falar em determinado assunto que ganhou notoriedade.


Umas das características principais dos memes é a justamente do humor debochado e da intertextualidade e pertencimento. Para SANTOS (2013) memes são a expressão das identidades pós-modernas:


  • Pertencimento sem exigir Compromisso
  • Flexibilidade
  • Ânsia por novidade





A Zueira pertence a Cultura Digital Thrash, calcados no humor nonsense e debochado, e na criação de memes, trollagens e etc de forma tosca. Segundo Lemos (2007)  o cyberpunk e a cultura do "Faça Você Mesmo" são a base norteadora da cultura digital thrash.
A cultura digital thrash trata mesmo dessa apropriação cultural e tem como principais características:

- Profusão de Informação diversificada
- Produção Livre
- Conversação Mundial

Lixo ou Luxo?
Para Lemos (2007): O digital trash é a reciclagem planetária da cultura na contemporaneidade.
"Todo lixo é refugo de uma produção, aquilo que não serve mais, o resto, seja da produção material, orgânica ou dos bens simbólicos. Na atual cultura digital, o aumento da produção livre e planetária de conteúdo (textos, fotos, vídeos, games, softwares, comunidades virtuais), proporcionada pela liberação do pólo da emissão (uma das características centrais da cibercultura), não é reconhecida por muitos como vitalismo social, mas como um fenômeno menor. No entanto, esse lixo será constitutivo da sociedade da informação e deve ser mesmo pensado como luxo. "
Portanto, a zueira está inserida justamente dentro desse "lixo" cultural, de apropriação, ressignifcação e identidades fragmentadas.

E a pergunta que surge a cada post: Para onde nos levará a Zueira? E claro a principal indagação: A Zueira tem ou não limites?

Discorram sobre, sem temor..







Deboísmo x Tretismo: A zoeira prevalecerá?


As discussões na Internet, e aqui vale qualquer tema, Aécio x Dilma, Petralha x Coxinha, Joelma x Chimbinha, tem ganhado, principalmente em mídias sociais como facebook ou twitter um grande polarização, xingamento, confusão e tretas.

Nos últimos tempos convencionou-se na web de chamar de deboísmo a atitude de não retrucar comentários ou ofensas, ou até mesmo não responder a determinados comentários, razões apontadas por Juliana Oliveira no Manual de Boas da Internet

Sim, nada… Geralmente essas discussões online que envolvem temas polêmicos (homosexualidade, racismo, política) vêm acompanhados de comentários baseados em NADA também. Muito achismo, muito blá blá blá. Muita vontade de impor uma opinião, nenhuma de ouvir. Ou seja, por mais que você responda com simpatia, boa vontade, fatos comprovados e números, o outro lado não está muito a fim. O que vemos nesses casos são agressões verbais gratuitas sem que você vá tirar algum proveito daquela conversa. Por isso, resolvi fazer uma sessão de desapego às redes sociais e para isso passei por alguns passos que compartilho com vocês, caso também queiram se livrar desse comportamento tóxico.


Ela então segue elencando os passos para aderir ao Deboísmo:
1. Não poste!
Calma! Não se assuste! Não é pra sempre! Eu fiquei alguns meses quietinha na minha, só olhando, sem postar nada. Cada um tem seu tempo. Ninguém melhor pra saber o seu, do que você mesma. No que isso adianta? Sabe aquele post super polêmico que você tá doido para compartilhar? Você vai ter que deixá-lo passar e perceberá assim, que você não precisa realmente compartilhar tudo a todos os momento. Tá de boas só ver e achar legal. Resultado: Um dia menos estressante.
2. Pare de seguir os intolerantes.
Quem não tem um tio que dá vontade de matar pelo facebook? Em vez de arranjar confusão ou ficar bem irritada toda vez que vir um post, clica lá nele e pare de segui-lo. Se você não curte seus posts e não o segue, ele não aparece na sua timeline. Pronto! Você só vai ter que lidar com ele no almoço de domingo.
3. Exclua os indiferentes.
Aceite que na realidade não faz a mínima diferença o número de amigos que você tem na rede social. Faculdade, trabalho, escola… Sim, é legal ver as pessoas que já foram próximas da gente. Mas, por exemplo, sempre tem aquela galera da antiga faculdade, que nem eram tão amigos assim, ou seja, não rola nenhum tipo de relacionamento fora das redes e eles ainda por cima só postam coisas que te deixam beeem chateada? O que fazer? Excluir. Excluir uma pessoa da rede social não significa que você a odeia. Só que a rede é sua e você pode sim escolher do que se cercar. Se eu passar na rua por eles não vou virar a cara nem nada, mas ali no facebook, não rolava mais.
4. Devolva sorrisos para as grosserias.
Essa tática, na verdade devia ser a número 1. Mesmo que você não queira parar de seguir ou excluir ninguém. Com essa dica, sua vida online vai melhorar. Quando você postar algo e um ser das trevas vier querendo sugar sua energia positiva, responda com a maior fofura que conseguir. Mande beijos no final! A pessoa vai se descabelar sozinha e perceber que está sendo mala. Nas próximas vezes, os comentários virão com menos ódio.

Como até pra ser "deboas" tem polarização, surgiram também os Tretaístas, defensores da Zueira e das tretas sem limites, internet como campo de batalha para embates. Dirão alguns que: AQUI É BR! E por isso segue abaixo a cartilha das duas "correntes filosóficas":

Deboísmo:

1 - Não tretarás com seu próximo, pois és de boas.
2 - Pequenos problemas não lhe atingirão, se você for deboas.
3 - Ser de boas, também significa respeitar opiniões alheias.
4 - Contagie o deboísmo.
5 - Não importa tua natureza sexual, faça amor e fique de boas.
6 - Sua mente vai responder a maioria das perguntas se você aprender a relaxar e ficar de boas
7 - Um dos meios de se chegar a Verdade é por meio de um bom sono.
8 - Ouça boas músicas, elas tem o poder de te deixar deboas.
9 - Para que tudo fique bem, mantenha corpo, mente e Alma saudáveis, e assim serás de boas
10 - Respeite a Mãe Terra, pois ela estava de boas, antes de existirmos.

TretaísmO

1 - Tretarás com o próximo, sempre que necessário.
2 - Não só deixarás pequenos problemas do dia a dia te atingir, como irá tretar para resolvê-lo.
3 - Não respeitarás pontos de vista diferentes, caso sejam eles infundados ou preconceituosos.
4 - Contagiarás o mundo com o tretaísmo, fazendo de tudo para provocar tretas e sair da zona de conforto.
5 - Farás amor e tretará para mantê-lo, vivendo sempre com aquele sentimento de alegria e deslumbramento.
6 - Tentarás sempre aprender algo novo e deixarás a mente tretar.
7 - Só tomarás decisões importante quando quiser e após ter tretado o máximo sobre elas. 8º: Escutarás as músicas que quiser.
9 - Manterás o corpo, a mente e a alma saudáveis, estando sempre pronto pra ganhar uma treta.
10 - Respeitarás a treta, pois ela já estava por aí muito antes de você existir.



YOU TURN MY FRIEND..
 Tretas, de boas ou 'ambos os dois'...? Como diria Capitão Planeta:  o poder é de vocês...

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Opiniões sobre a Zueira

Este é o espaço do blog destinados às pessoas comentarem sobre o que pensam em relação: The Zueira Never Ends?


"A chamada "zueira" na internet deveria se referir a brincadeiras, zombaria e o que na Bahia chamamos de "gastação", no entanto muitas vezes a zueira só tem graça pra um determinado lado ou grupo, que muitas vezes não tem discernimento suficiente pra entender a linha que separa a brincadeira sadia da brincadeira doentia. Se valendo do bordão "the zueira never ends", invadem espaço e intimidade das pessoas, muitas vezes com atitudes racistas, machistas, xenofobicas, homofobicas (entre outras), atitudes essas que não podem ser consideradas brincadeiras (ou só "zueira da internet"). O mundo virtual oferece mais espaço para expressão, inclusive para as que emitem ódio e desrespeito mascaradas pela suposta brincadeira e protegida pela segurança do anonimato virtual. A zueira, para mim, é saudável quando os lados envolvidos estão de acordo com ela, e se o lado que "sofre"/é o alvo demonstra incômodo, ele deve ser respeitado e não tachado de "o chato que não aguenta uma brincadeira", a graça termina a partir do momento em que o direito de querer ou não fazer parte é invadido."
 Leonela Borges, 19 anos


"Com exceção de casos que comprometam a integridade física e/ou moral de um indivíduo ou um grupo de indivíduos, a zueira não tem limites."

Bruno Damacena, 19 anos





"É uma parada complexa esse ter ou não ter limite, mas se é pra se posicionar penso que é melhor ter limite. Porque tem coisas como o holocausto que talvez não tenha graça zoar, ou talvez não tenha graça pq nem tem o que zoar, então nem seria ter limite. Penso que o limite é o bom senso mesmo, o Charlie Hebdo por exemplo, não que eles não devessem fazer piada sobre Maomé e o Islã, mas chega um momento que incomoda as pessoas que fazem parte daquele contexto que seria melhor parar. Enfim, é uma parada difícil de impor limites, penso que esse seria mesmo o bom senso de quem faz a zoeira, se cabe ou não naquele momento."


Felipe Nunes, 26 anos


"Há uma fronteira bastante tênue entre a "zueira" e o desrespeito e creio ainda que se trata de uma fronteira variável de acordo com quem seja alvo das brincadeiras. Sou, via de regra, a favor das liberdades individuais e do respeito ao indivíduo, então creio que há limite, mas este limite é baseado, primeiro, em linhas gerais de respeito aos outros, que se torna algo com uma certa repetição de padrão e em segunda instância em um limite baseado em quem está sendo o foco das brincadeiras. As reações variam bastante de pessoa a pessoa e certas memórias, experiências podem fazer com que determinadas situações consideradas triviais causem muito dano. É necessário também não cair no exagero de considerar tudo ofensivo. A definição dos limites não é clara, mas o bom senso, creio eu, contorna a maior parte das situações."


Eduardo Mafra, 26 anos


"Existem vários tipos de zoeira, e vários níveis também, por assim dizer. A verdade é que ela (a zoeira) “never ends”, porém não dá mais para acreditar que ela não tem limites. Que o brasileiro (Hu3 brbr) é um dos mais zoeiros do mundo virtual, já é comprovado cientificamente, rs. Porém, o que existe é muito criminoso camuflando crimes como xenofobia, homofobia, assédios de vários tipos, racismo e uma série de outras ofensas com zoeira. Ainda mais quando se trata de ambientes virtuais, onde a impunidade se mostra sensivelmente mais real, devido a todas as camadas de “proteção” que os indivíduos têm. Tanto compartilhamento, tanto “print”, tanta repostagem, que acabamos não sabendo quem é o “autor” original dessa ou daquela “ironia”. Parece clichê, mas a linha entre a graça e a ofensa é tênue e é preciso ter cuidado e responsabilidade, mas as pessoas não estão muito preocupadas com isso atualmente. HEHEPartindo para o meu depoimento pessoal, eu não me lembro de ter sido zoada ou trolada publicamente. Claro, em níveis leves, sempre acontecem aquelas troladas de família: mãe, irmãos, tias.. Mas nada muito sério. Costumo mesmo é praticar a “auto-zoeira”, postando aquelas fotinhos que ninguém postaria (descabelada, suada, vida real, rs), contando de quedas na rua, ironizando minhas burrices, lerdezas.. e isso acaba gerando a zuação de terceiros por consequência, mas nada de prejudicial. Eu gosto dessas brincadeiras e sou uma “zueira” sim, posso admitir. Mas, sempre busco observar o teor dos comentários, o nível de intimidade que tenho com as pessoas e sobretudo como me sentiria se fosse comigo. Nem sempre dá para acertar, mas aquela máxima de “perco o amigo, mas não perco a piada” tem sido cada dia mais fácil de colocar em prática se a gente quiser."


Anne Elisabeth, 26 anos, Produtora Cultural e viciada em mídias sociais.

domingo, 22 de novembro de 2015

Hue Hue BR


Dizem que a Zueira não tem limites, e no ambiente online vale todo e qualquer tipo de brincadeira, trollagem, meme. Dizem também que ninguém nos vence em Zueira. Eleições da Zueira, Copa da Zueira, um 7x1 por dia.. Um meme a cada segundo, compartilhado a cada segundo. 

"Aqui é BR!!!"


"Gritam" a cada trollagem, a cada 'invasão' a um perfil de celebridade, a cada tiro em um jogo online qualquer. Esse comportamento invasivo, muitas vezes debochado, desrespeitoso foi convencionado nos Hue Hue BR, como ficaram conhecidos alguns brasileiros, por assim agirem em fóruns, jogos e nas outras diversas plataformas disponíveis na internet.

Muitas matérias foram criadas para comentar sobre o assunto, uma das mais elucidativas foram feitas pela Uol e Folha:

A Folha destaca os comportamentos mais comuns dos Hue Hue BR.

 Hue Hue BR
Esse tipo de jogador é, às vezes, chamado de "hue", por causa da típica representação de risada, normalmente disparada após cometer alguma barbaridade: "HUEHUEHUE".

A matéria da Uol caracteriza o 'jeitinho de ser Hue hue Br

"Dar dicas falsas, abusar das piadas, fazer gente inocente perder tempo em buscas inúteis e enganar pessoas apenas pelo prazer da risada: é o fenômeno "HUE BR", que faz referência a uma das risadas mais comuns entre os brasileiros - "huehue" – e a uma mania destes de perguntar "BR?" repetidas vezes nos chats, para saber se tem algum compatriota jogando.Quem pratica vandalismo virtual é conhecido como “troll”, termo que vem de um monstro de RPGs, mas que no caso faz menção a uma expressão da pescaria que tem a ver com “lançar a isca”.O troll brasileiro tem um modo próprio de agir, a começar pelo inglês precário. Além disso, compartilha seus “conhecimentos” rapidamente, ao melhor estilo "a zoeira não tem limites". A corrente se espalha e, de uma simples brincadeira que começa em um servidor nacional, a coisa vira um péssimo cartão de visitas ante aos gringos. E a assinatura pós-zoeira desses trolls sempre é um "HUE!".
Ainda é dito que falar sobre o HueHue Br é um tabu:
"Falar sobre o HUE BR é um tabu, por se tratar de uma faixa do público com a qual as empresas preferem simplesmente não mexer. Isso talvez explique porque, procuradas por UOL Jogos, Blizzard e Riot Games preferiram não participar da reportagem.Só a Level Up!, que publica títulos como “Ragnarök Online”, “Combat Arms” e “Smite”, topou falar: "Além da frustração pessoal, prazer em atrapalhar e solidão, muitos trolls perturbam jogos só com a intenção de fazer algo engraçado para postar em redes sociais e tentar ficar populares", lamenta Daniel "Forsetes", que cuida da área de comunidade mídias sociais da empresa."
E ainda há um depoimento de um troll BR:

"M. é troll. Por razões óbvias, não quer se identificar e com muito custo aceitou dar seu depoimento. Sua maior diversão é fazer os jogadores novatos sofrerem em jogos online enquanto ele dá boas risadas disso.
Um dos truques dos quais mais se orgulha foi feito nos primeiros anos de "Ragnarok Online", quando prometia itens a jogadores novatos, que acabavam roubados. "Abria um chat dizendo 'Forjo armaduras elementais'. Os caras vinham e me perguntavam como eu podia fazer isso. Dizia que tinha a Carta do Mestre Anão Ferreiro, e que era extremamente rara. Falava pra pessoa escolher uma armadura elemental e, em seguida, pedia pra esperar que ia procurar os materiais em uma lista. Na verdade ia ao banheiro ou ver um pouco de TV, e quando voltava uns dez minutos depois o cara tava lá, esperando!”, M. conta.
"Então eu inventava uma lista fácil, mas colocava uns seis itens que eu queria e tinha preguiça de ir pegar, e ainda pedia Zeny [o dinheiro do jogo] junto. O cara saía e voltava depois de uma hora mais ou menos com tudo. Aí eu pegava os itens e falava que ia forjar a armadura pra ele. Mas como eu ficava perto de um armazém, ia guardando tudo nele. No final falava ‘Agora vou forjar sua armadura. Mas se liga aqui no poeirão!’, e desconectava na cara dele. Aí era só pegar as coisas com outro personagem e começar de novo em outra cidade".
O truque de M. já não funciona. No “Ragnarok” há um sistema de registro de troca, onde você faz uma cópia da transação. Se for enganado basta enviar a imagem do registro da transação que a empresa devolve os itens e pune o enganador."
Agora é sua vez: Diga-nos o que pensa sobre essa classificação dos Hue Hue BR... Até a próxima. 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Comportamento do Jovem Brasileiro na Internet




O Site Diário de Pernambuco publicou um matéria sobre uma pesquisa em relação ao comportamento do Jovem na Internet, realizada em 2013 pela Fundação Telefônica VIVO que entrevistou 1440 jovens entre 16 e 24 anos em diferentes regiões do Brasil e revelou que 71% dos jovens acessam a internet através do celular. 
"Os dados levantados sobre o comportamento dos jovens apontam também que os principais assuntos buscados são cultura e esporte. Quanto aos dispositivos utilizados, o computador de mesa aparece em segundo lugar com 33%, seguindo pelos notebooks (22%) e tablets, que apresentam a menor quantidade, apenas 3%. Já os sites mais visitados são as redes sociais, que representam 58%. Entre as mais acessadas estão Facebook (89%), E-mail (29%) e Twitter (27%). Para se comunicar, 45% utiliza mensagens instantâneas e apenas 35% fazem uso do e-mail. "


A matéria prossegue:

"Para 49% dos entrevistados, a internet mudou o hábito de buscar informações. Os jovens conectados apresentam um novo padrão de estudo, no qual a busca na internet é mais relevante do que outras fontes: livros, jornais e revistas e as próprias instituições de ensino. Os que já utilizaram a internet em casa para a realização de atividades propostas em aula chega a 82% e 60% dos jovens dizem que é mais fácil realizar trabalhos escolares consultando a internet. A maioria (53%) dos jovens afirmaram que o uso de smartphone não atrapalha na sala de aula, declarando que o acesso à internet melhora o relacionamento entre professor e aluno. Para 44%, a internet contribui com o aumento da visão crítica dos jovens e 41% somente participaram de mobilizações sociais por causa de amigos (convites via redes sociais)."

O estudo mostra que apesar da grande quantidade conectada, a interação ainda é pouca:

"Apenas 15% atualizam páginas ou blogs diariamente e 12% participam de fóruns de discussão pelo menos 1 vez por semana. Em contrapartida a quantidade volumosa de acesso, é menos da metade a porcentagem daqueles que se preocupam com a segurança virtual. Representam 47% os jovens brasileiros que se preocupam com a privacidade e proteção de dados na 

internet. "


Já em relação ao Nordeste a pesquisa destaca que, jovens nordestinos:
"[...] são os que mais acessam as redes sociais várias vezes no dia, representando 66%. Desses, 76% acessam pelo celular.Quantos aos sites visitados, o Facebook apresenta recorde. As visitas na rede social representam 96% na região e 100% nas capitais nordestinas. Aqui também estão os jovens que são mais preocupados com privacidade na internet. Cerca de 63% afirmaram ser cautelosos neste sentido. Críticas, embates e discussões decorrentes de suas postagens também preocupam os jovens. Dos entrevistados, 66% tem receio de conflitos, não aceitação e bullyng. Jovens nordestinos também são os que mais acreditam (52%) no potencial da internet no desenvolvimento de novos negócios. Investimentos em polos digitais, como o de Recife, são apontados como influentes sobre este comportamento."
A Revista Exame, em seu site, também deu destaque para a mesma pesquisa, no entanto o enfoque fora dado nos resultados apresentados que mostram que o comportamento do jovem na internet não pode ser generalizado:

"O estudo derruba a ideia — que alguns adultos podem ter — que adolescentes ficam o dia todo no Facebook, por exemplo. Uma das diversas metodologias utilizadas incluía o monitoramento da navegação de dez jovens por meio de um software, e ela disse que todos estes navegavam de modos completamente distintos na web. [...] No resultado apresentado, os jovens foram separados em três níveis em relação ao uso da Web 2.0: explorador iniciante, intermediário e avançado. As categorias não foram criadas apenas com base nas horas de acesso, mas também no uso prático da rede, indo do mero uso para redes sociais até uma busca por conhecimento mais complexo e também a preparação para o mercado de trabalho."

A Web que queremos


Como refletir sobre a zueira é pensar também sobre os comportamentos e as formas de uso na web, um espaço público virtual, e sendo a zueira, diversas vezes, uma forma acintosa, desrespeitosa e carregada de preconceitos. 

É fundamental pensar na Web que queremos, quais as práticas e forma de uso que devem ser incentivadas, quais medidas e punições tomadas para os que infringem de alguma maneira a lei, mesmo que à primeira vista, tal comentário, postagem possa ser considerada por aquele que a publica na web como apenas uma forma de humor, sem necessidade de sanções posteriores.

Nas opiniões colhidas ao longo do trabalho, fala-se bastante em bom senso, em saber respeitar os direitos alheios. Por isso a pergunta nos martela incessantemente: Qual Web que queremos?

Em uma rápida busca sobre o tema na internet, percebe-se que essa é uma questão bastante discutida atualmente.

Dois exemplos serão dados neste post:

1) Internet Sem Vacilo - da Unicef
Campanha criada para estimular uma atitude positiva dos adolescentes e jovens no uso da internet. A campanha é uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em parceria com Google e Safernet, com a participação dos youtubers Pyong Lee e Jout Jout, populares entre o público jovem. Um concurso para escolha de memes e vídeos também foi lançada, na tentativa de aproximar ainda mais o público jovem da campanha. Durante o mês de agosto deste ano foram divulgadas nas redes sociais do UNICEF vídeos e memes sobre cinco temas: cyberbullying (humilhação, ofensa e ameaça por meio da Internet) e sexting (troca de mensagens e imagens íntimas); privacidade; amizade e relacionamentos online; busca com segurança e preconceito e intolerância na rede.
No site há também uma cartilha para o público jovem com dicas de como agir de uma maneira respeitosa na Internet.

2) The Web We Want: Cartilha lançada por uma parceria entre Insafe, SaferNet, Google e Liberty Global, nessa cartilha somos levados a pensar em nossas atitudes e comportamentos na web, na busca de uma reflexão de que Internet queremos: mais segura, privativa e com mais respeito às diferenças.

Esses são dois exemplos, dentre tantos outros, no entanto o mote principal deste post é refletir sobre:

Qual a web que queremos?

Vamos refletir sobre? Venham nessa jornada aqui nos comentários.. hehe

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O Que São Memes

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No post anterior falamos sobre o #MUSEUdeMEMES produzido pela UFF e reúne além de diversos artigos sobre o tema, uma coleção de memes difundidos na web. Abaixo postaremos trechos da definição de memes que se encontra  na página do Museu. 

"O conceito de meme e o incipiente campo da memética se originam, nas mais diferentes cronologias, a partir de uma discussão controversa da sociobiologia na década de 1970. O termo é empregado pela primeira vez de forma absolutamente despretenciosa e praticamente de relance, como um desvio colateral do argumento a que se propunha o renomado etólogo Richard Dawkins. Em seu livro The Selfish Gene, Dawkins propunha um termo para dar conta dos processos de replicação e evolução cultural que lhe chamaram a atenção quando ele iniciou sua defesa à tese do determinismo genético. Para o pesquisador, assim como os genes eram os principais responsáveis por replicarem o conteúdo geracional na evolução biológica dos organismos vivos, talvez houvesse, ele reconheceu, uma outra unidade de replicação, diferente dos genes, responsável pela seleção e transmissão de conteúdos inscritos em nossa cultura. Dawkins concebe então uma espécie de evolucionismo cultural, que ocorreria em paralelo e em complemento à evolução natural, através de um segundo replicador, diferente dos genes. Não tendo encontrado outro nome mais adequado para batizá-lo, o biólogo adaptou a raiz grega “mimeme” (μίμημα) e criou o termo “meme”, que, é claro, rapidamente viralizou."
Desde a década de 80, autores se encarregam de atualizar o conceito criado por Dawkins:


"[...] Eles desenvolveram e adaptaram a ideia, em anos ainda anteriores à apropriação generalizada da internet, e construíram as bases para o que viria a ser reconhecido anos mais tarde como um campo de estudos, a memética. Pegando emprestada, de modo quase jocoso, a desinência do campo da “genética”, a memética é pouco reconhecida como ramo da pesquisa científica e certamente muito disputada. Sua constituição já é, em si, uma afirmação de seus correligionários sobre a herança determinista. Com a perspectiva do “memetic drive“, por exemplo, Blackmore reforçava sua visão de que os memes não apenas complementavam o trabalho dos genes mas, em muitos sentidos, o originavam. Assim, se pensarmos em memes como o “celibato” ou a “castidade”, perceberíamos como as ideias podem exercer efeitos sobre o ambiente natural. Mas espere aí… Celibato? Castidade? Essas coisas são memes? Na definição original de Dawkins, memes são ideias que se propagam pela sociedade (nossas redes sociais) e sustentam determinados ritos ou padrões culturais. Tomando isto como base, o “celibato”, a “castidade”, o “racismo” (memes não são sempre bons!), o folclore, a moda, a gastronomia e praticamente tudo o que conhecemos no nosso ambiente cultural são memes. "
Na década de 90 e 2000 que os memes foram difundidos via web:

"Somente a partir de fins da década de 1990 e início da década de 2000 é que os memes como hoje os conhecemos se difundiram na web, especialmente se manifestando como expressões de comunicação que ganhavam as redes sociais online através de uma forma de propagação viral. Isso porque, para Dawkins, os memes atendiam aos princípios gerais da teoria darwiniana. Como os genes, eles disputavam entre si pela própria sobrevivência. A sobrevivência do melhor adaptado. Afinal, os memes dispõem de três características que nos ajudam a reconhecê-los, diria o biólogo: sua longevidade, sua fecundidade e sua fidelidade. Isto é, para que vençam a disputa que os move, eles precisam garantir que sua transmissão ao longo das gerações está assegurada (fecundidade), que cada uma de suas unidades tenha vida longa (longevidade), e que suas cópias sejam as mais perfeitas possíveis (fidelidade), de modo a evitar corruptelas no transcorrer do tempo.  "
Com o avanço e difusão da internet é que os memes ganham novos contornos:

"Os memes passaram a representar, de modo muito mais objetivo, elementos da cultura popular nos ambientes virtuais. Hoje, memes são um fenômeno típico da internet, e podem se apresentar como imagens legendadas, vídeos virais ou expressões difundidas pelas mídias sociais. Próprios do universo das comunidades virtuais, eles são geralmente compreendidos como conteúdos efêmeros, vulgarmente encarados como “besteirol” passageiro ou “cultura inútil”, fruto de sua utilização da linguagem do humor. E se tornaram alvo de inúmeras campanhas de marketing, cujos analistas rapidamente os identificaram como fundamentais no desenho de estratégias de potencialização do afeto por determinadas marcas. O mercado de bens e serviços passou a explorar memes de forma semelhante à que a indústria cultural já vinha fazendo, desde antes de memes serem conhecidos como memes. "

Portanto os memes, se apresentam como um dos principais códigos utilizados pela Zoeira, tendo como "matéria-prima" qualquer fato cultural, notícia ou tema difundido pela própria web, para cada assunto "do dia" um meme é criado.

Pesquisa relaciona trollagem com sadismo e narcisismo




Matéria completa:

http://canaltech.com.br/noticia/comportamento/Novo-estudo-relaciona-trolagem-com-sadismo-narcisismo-e-psicopatia/#ixzz3a1APnl8e

"Eles estão em toda parte. Dos submundos mais obscuros da Internet, eles surgem para invadir caixas de comentários em portais de notícias, blogs ou comentários em redes sociais. Não há tempo ruim ou, aparentemente, regras de conduta moral, etiqueta ou senso de humanidade para os “trolls”: se a notícia é sobre um atropelamento de uma idosa, sobre uma campanha para arrecadar fundos para o tratamento de uma criança com câncer ou os desdobramentos do julgamento do mensalão, eles estarão lá para tecer comentários agressivos, apelando para a ofensas pessoais dos personagens envolvidos ou mesmo soltando um irritante “kkkkk”.   Há uma unanimidade a respeito dos trolls: qualquer um que não seja um deles, não os suporta. Mas, até então, havia certo senso comum de que ao menos a maioria deles tinha tal comportamento negativo na Internet apenas porque tentava se divertir – ainda que fosse com a tragédia alheia. Mas de acordo com reportagem do The Verge, um novo estudo, feito por cientistas da Universidade de Manitoba, no Canadá, mostra o lado verdadeiro dos trolls, o qual muitos preferiam não acreditar.   De acordo com a pesquisa, coordenada pelo cientista Erin Buckels, os internautas com comportamento troll possuem características fortemente ligadas a traços de personalidade que formam o que alguns psicólogos chamam de “dark tetrad” (ou algo como “tétrade obscura”): sadismo (prazer no sofrimento dos outros), narcisismo (egoísmo e auto-obsessão), psicopatia (a falta de remorso e empatia) e maquiavelismo (disposição para manipular e enganar os outros) são alguns dos elementos que, combinados, formam as principais características de comportamento dos trolls.   O estudo classificou os internautas ouvidos na pesquisa em uma variedade de formas. Uma delas partiu de perguntas simples sobre o que “mais gostava de fazer” quando estavam em sites com comentários abertos, oferecendo cinco opções de respostas: “As questões de debate são importantes para você”, “bate-papo com os outros”, “fazer novos amigos”, “trollar os outros” e “outros”. De acordo com reportagem do Slate.com, apenas 5,6% dos internautas entrevistados na pesquisa reconheceram a si mesmos como trolls, escolhendo a penúltima opção. No entanto, todos os que assim admitiram demonstraram forte relação com o sadismo, em particular.   Os pesquisadores realizaram vários estudos com os dados coletados para tentar entender os motivos pelos quais o comportamento troll atrai esse tipo de personalidade. Os cientistas chegaram a criar um método próprio de avaliação, chamado Avaliação Global da Trollagem na Internet, em que os hábitos nocivos foram divididos em hábitos comuns desses internautas. Ao longo da pesquisa, os cientistas também constataram que, quanto mais tempo uma pessoa passa comentando na Internet a cada dia, mais provável é que ela possua os tais traços negativos. “Trolls e sádicos sentem alegria no sofrimento dos outros”, escrevem os autores do estudo."

Museu de Memes


Depois de se tornarem parte da vida cotidiana, os memes estão se tornando também objeto de estudos acadêmicos na área de comunicação. E um projeto do departamento de Estudos Culturais e Mídia da Universidade Federal Fluminense quer aproximar os internautas curiosos de pesquisas aprofundadas sobre o universo dos virais. Em junho deste ano o #MUSEUdeMEMES uma plataforma feita por professores e alunos da universidade que traz referências sobre pesquisas científicas na área, estreou na web


O site conta, por exemplo, que, apesar de o termo “meme” ter atingido um boom do ano de 2001 para cá, ele foi empregado pela primeira vez pelo renomado etólogo — profissional que estuda o comportamento animal — Richard Dawkins, em seu livro “O gene egoísta”, publicado em 1976. Dawkins cunhou o termo, uma adaptação da raiz grega “mimeme”, para definir os processos de replicação e evolução cultural que lhe chamaram a atenção quando ele iniciou sua defesa da tese do determinismo genético. Para o pesquisador, assim como os genes são os principais responsáveis por replicar o conteúdo geracional na evolução biológica dos organismos vivos, há uma outra ferramenta responsável pela transmissão da cultura, que batizou de “meme”. Na definição original de Dawkins, memes são ideias que se propagam pela sociedade — ou, atualmente, também pelas redes sociais — e sustentam determinados ritos ou padrões culturais.

Para Dawkins, os memes atendem aos princípios da teoria darwiniana. Como os genes, eles disputam entre si pela própria sobrevivência através da adaptação. O estudo sobre estes fenômenos culturais, aliás, tem uma inclinação pelas metáforas biológicas. Ou você nunca se deu conta de que “viralizar” é um processo epidêmico?

O #MUSEUdeMEMES traz um catálogo de memes, apelidado de “memepédia”; um blog com reflexões sobre o processo de pesquisa de memes; e uma base de dados sobre pesquisas acadêmicas relacionadas a esse universo. Já são mais de 200 referências catalogadas, divididas em categorias, para auxiliar quem quer começar a entender esse universo.

Há ainda os #memeclubes, encontros abertos ao público que são uma mistura de cineclube e seminário acadêmico e que acontecem duas vezes por semestre. Em cada evento, alunos apresentam uma reflexão específica. Os últimos temas destacados foram as webcelebridades — anônimos que viraram memes —, eleições e personagens históricos. Nos próximos encontros serão discutidos memes LGBT e racistas.



FONTE: http://oglobo.globo.com/sociedade/tecnologia/projeto-da-uff-museu-de-memes-cataloga-estudos-academicos-sobre-virais-da-web-16471054#ixzz3sVb2OFr6 

Fim do Anonimato



De autoria do deputado Silvio Costa (PSC-PE), o PL 1879/2015 adiciona um dispositivo ao Marco Civil da Internet para vedar o anonimato na rede.

O projeto de lei acrescenta um quinto parágrafo ao art. 15 da lei 12.965/2014, mais conhecida como Marco Civil da Internet, que estabelece direitos, garantias, princípios e deveres para o uso da internet no Brasil:

O provedor de aplicações de internet previsto no caput, sempre que permitir a postagem de informações públicas por terceiros, na forma de comentários em blogs, postagens em fóruns, atualizações de status em redes sociais ou qualquer outra forma de inserção de informações na internet, deverá manter, adicionalmente, registro de dados desses usuários que contenha, no mínimo, seu nome completo e seu número de Cadastro de Pessoa Física (CPF).

Na justificativa do projeto, o deputado Silvio Costa afirma que a Constituição Federal garante a livre manifestação do pensamento, mas que o anonimato é vedado. Segundo ele, isso é fundamental para punir aqueles que “se utilizem da liberdade de expressão para incitar o ódio, para caluniar pessoas ou para fazer apologia ao crime”.

O Marco Civil da Internet já estabelece que os provedores guardem registros de acesso dos usuários, mas Costa defende que as informações coletadas são, muitas vezes, insuficientes. “Essa simples exigência irá, por certo, coibir bastante as atitudes daqueles que, covardemente, se escondem atrás do anonimato para disseminarem mensagens criminosas na rede. Além disso, indivíduos que insistirem nesse tipo de conduta serão mais facilmente identificados e devidamente processados”, diz.

Se o projeto de lei for aprovado, o Brasil não seria o primeiro país a obrigar que os usuários informem nome completo e documento de identificação oficial para publicar conteúdo na internet. A China é um dos casos mais famosos: do outro lado do mundo, os usuários precisam fornecer informações verdadeiras nos cadastros de serviços, e o uso de VPNs é bloqueado pelo grande firewall, que censura a internet no país.


Fonte: https://tecnoblog.net/182656/projeto-de-lei-anonimato-internet-cpf/

E você caro amigo o que pensa sobre esse projeto de lei? Comente abaixo, ainda não precisa do CPF haha




Crimes Virtuais


Crimes virtuais são delitos praticados através da internet que podem ser enquadrados no Código Penal Brasileiro resultando em punições como pagamento de indenização ou prisão.
Os crimes digitais são cada vez mais comuns porque as pessoas cultivam a sensação de que o ambiente virtual é uma terra sem leis. A falta de denúncias também incentiva fortemente o crescimento dos número de golpes virtuais e violência digital (como o cyberbullying).
Muito se fala sobre a carência de um conjunto de normas e sanções jurídicas dedicadas somente para os crimes digitais. Porém, existindo ou não uma legislação específica para este assunto, quando o computador é usado como uma ferramenta para a prática de delitos e violência, estes crimes serão adaptados ao código penal já existente e os agressores e golpistas serão punidos da mesma forma.

Conheça algumas condutas criminosas que possui enquadramento no âmbito penal:

Crimes contra a honra (arts. 138,139 e 140 do CP);
Crime de ameaça (art. 147 do CP);
Furto (art. 155 do CP);
Extorsão (art. 158 do CP);
Extorsão Indireta (art. 160 do CP);
Apropriação indébita (art. 168 do CP);
Estelionato (art. 171 do CP);
Violação de direito autoral (art. 184 do CP);
Escárnio por motivo de religião (art. 208 do CP);
Favorecimento da prostituição (art. 228 do CP);
Ato obsceno (art.233 do CP);
Escrito ou objeto obsceno (art. 234 do CP);
Incitação ao crime (art. 286 do CP);
Apologia de crime ou criminoso (art. 287 do CP);
Pedofilia (art. 241 da Lei 8.069/90);
Crime de divulgação do nazismo (art. 20º §2º. da Lei 7.716/89).

Fonte: http://www.crimespelainternet.com.br/o-que-sao-crimes-virtuais/

sábado, 14 de novembro de 2015

Liberdade de Expressão na Internet


Com o avanço cada vez maior do acesso à rede mundial de computadores, em que usuários dos quatro cantos do globo, com diversas crenças, ideologias, atitudes, comportamentos podem interagir diariamente, ultrapassando as barreiras do espaço-tempo, além de um vasto conteúdo que é produzido e compartilhado diariamente. Com essa configuração de uma espaço público digital é necessário pensar em que normas devem ser adotadas para um convívio sadio e produtivo na web.

"A necessidade de um controle normativo coercitivo mínimo que seja parece óbvia, numa época em que os crimes e golpes cibernéticos estão ficando cada vez mais comuns, principalmente em se dispondo de meios para isso. O problema é que muitos países de governo autoritário já demonstram interesse em utilizar esses meios para cercear o acesso a rede, numa espécie de censura, comprometendo a informação disponível. Se isso se tornar comum, a Internet em muitas nações terá função contrária àquela pretendida em seu início, no que diz respeito à democratização do conhecimento e a liberdade. Como não se pode prever muita coisa em assuntos tão juvenis, só o futuro nos responderá a essas questões. Só o futuro nos dirá o quanto esse controle poderá ser exercido sem comprometer a essência da liberdade de expressão, mola mestra da Revolução Digital. (Âmbito Jurídico)."

A liberdade de expressão é a mola mestra da Revolução Digital, no entanto é cada vez maior os crimes realizados na web, como aponta por exemplo, em seu Blog Cidadania, Eduardo Guimarães produz um artigo sobre a Liberdade de Expressão na Internet:

 "Cumpre-me abordar o tema liberdade de expressão. A primeira pergunta que se faz, nesse assunto, é: a liberdade que se quer é para todos? Claro que sim. A segunda pergunta é sobre se essa liberdade tem limites. Aí, dirão: liberdade não tem limites. Eu digo que tem. O limite da liberdade de cada um é o direito do outro.
No momento em que você usa a sua liberdade para tolher a do outro, você não está exercendo liberdade de expressão, mas, sim, de opressão. Você está pedindo liberdade para si para tirar a liberdade de alguém mais."


Eduardo prossegue:

"Sem liberdade na internet, não teria conseguido mover medidas judiciais contra os grandes impérios de comunicação. E, na verdade, a liberdade, no meu caso, não terá que ser só na internet, mas também no Judiciário, pois do meu ativismo político podem advir represálias judiciais ao fim de ações que empreendi não por conta de interesses pessoais contrariados, mas pelos interesses coletivos na comunicação e na liberdade de expressão.
Como organizar atos públicos para desafiar impérios de comunicação se não fosse a internet livre? Poderia eu defender leis que lá adiante poderão se voltar contra mim, por conta de tudo o que fiz através da internet? "

No entanto, Eduardo aponta também uma série de artigos que mostram dados alarmantes em relação ao crescimento de crimes na internet:

Sobre crimes na internet, há vários outros dados estonteantes. Eis alguns deles: 
•Pesquisa indica crescimento acelerado de crimes na internet no Brasil http://bit.ly/fJeZZ9 
•Mulheres são as maiores vítimas de crimes na internet http://bit.ly/g8N3vN 
•65% dos internautas já foram vítimas de crimes na internet http://bit.ly/gQR9WE 
•Brasil é considerado o maior laboratório de crimes na internet do mundo http://bit.ly/edjJdb 
•Crimes na internet rendem mais do que tráfico de drogas, no Brasil http://bit.ly/hLv4Be 
•Jornal da Record – Mulheres vítimas de difamação na internet (vídeo)http://youtu.be/HiphToFZBXU 
•A dificuldade de se identificar e condenar autores de crimes na internet http://bit.ly/hJHmEI 
•Relatório final da CPI da Pedofilia aponta dificuldades na identificação de criminosos na internet http://bit.ly/ijveCU 
•Faltam delegacias especializadas em crimes virtuais http://bit.ly/eAPPTE 
•Ministério Público Federal reclama da dificuldade de combater crimes na internet por falta de legislação adequada http://bit.ly/e2BbEs 
•Especialistas afirmam que o desafio é conciliar liberdade da internet com segurançahttp://bit.ly/g0IkNY 

E por isso, acredita ser necessário, assim como este blog, uma discussão e reflexão a essa proliferação dos crimes na internet, muito deles, inclusive, nas "entranhas" da Zueira.

Por fim Eduardo conclui que:

"Essa discussão sobre regulação da internet é um debate muito profundo, cheio de prós e contras e não se pode discuti-la a quente, com paixões extremadas e intransigência. Não se pode ignorar que o maior ativo da internet, que é a possibilidade de se divulgar o que se quiser, é, também, seu maior passivo. Tal liberdade pode ser usada para o bem e para o mal. É como um medicamento que, tomado abaixo ou acima da dose recomendada, pode causar danos ao paciente. Por isso, o que peço é o debate, um debate que contemple não só o a liberdade de expressão, mas os riscos que os crimes na internet constituem de forma crescente, até por conta da rápida inclusão digital que se opera no Brasil. O que não dá para aceitar são aqueles que, em nome de ideais libertários que acalentam, julguem-se no direito de atacar pessoalmente aqueles dos quais divergem. (grifos nossos). O que prego é que se combata, de alguma forma, a proliferação de páginas na internet que aliciam crianças, que difamam mulheres, que estimulam a violência contra negros, nordestinos, homossexuais, enfim, que se proteja a sociedade do uso da internet para causar mal a inocentes."

Entende-se que este é o posicionamento do Pensando a Zueira, estaremos sempre a favor da liberdade de expressão e da publicação de conteúdos na internet sem necessariamente uma censura prévia, no entanto, é necessário respeitar os limites do direito do outro, na busca de uma comunicação mais cidadã, que respeite as divergências e o direito de fala de cada indivíduo.